Escrito por A. A. Oliveira - 2023
Por que peguei este embrulho enorme e pesado para carregar?
Eu estava lendo Filipenses 4.6 e veio uma história na minha cabeça. Senti o cansaço de um homem pelo caminho e a sua aflição era visível. Fiz estas perguntas a mim: “Por que nós levamos fardos e não entregamos a Deus? Por que trocamos com o inimigo a paz, que Deus nos dá, por inquietações temporais?” Mas vamos para a história.
“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.” (Filipenses 4.6 – JFA+)
Era possível notar um homem extremamente cansado levando um embrulho, hora sentado, tentando descansar, hora dando lentos passos arrastando os pés. Duas coisas faziam um abismo enorme em comparação ao outro, eram o embrulho e o caminho. O embrulho era algum tipo de objeto grande e pesado, a opinião de pesado é porque o homem o segurava com as duas mãos, fazendo-o andar com seu tronco para frente, ou seja, corcunda. Aquela era uma imagem horrível e desesperadora para quem via e deixava toda aquela situação angustiante, mas o contraste era o caminho no qual o homem percorria. Era um caminho plano, bem ordenado, luz por todo o seu percurso, belas árvores com frutas de todos os tipos, porém era possível notar que aquele homem exausto e com uma aparência de aflição não comia nenhum fruto, pois não soltava aquele embrulho em nenhum momento.
O sol do meio-dia piorava a situação daquele homem, porque nem descansar nas sombras das árvores ele ia, apenas parava e continuava a arrastar seus pés. Enquanto ele caminhava, tropeçou em seu próprio pé e caiu, todavia não largou o embrulho. Com certeza deveria ser algo valioso para aquele homem, pois estava sofrendo para mantê-lo em suas mãos. Quando conseguiu forças para se levantar, um belo nobre apareceu a cavalo e este diálogo se seguiu:
— Filho, por que estás abatido?
Os raios solares eram tão intensos que o homem não reconheceu quem falava com ele.
— Por favor, não me faça mal, pois sou um pobre trabalhador a caminho de casa.
— Tu não me reconheces?
— Perdoe-me, Senhor. O sol está muito intenso e estou exausto até para reconhecer um amigo íntimo.
— Sou o Senhor de todas as terras e tu tens feito um ótimo trabalho nos meus campos. Por isso eu pergunto novamente, por que estás tão abatido?
— Senhor, perdoa-me por não o ter reconhecido. Eu não consigo ter passos firmes, pois estou exausto nesse dia ensolarado.
— Tu és um trabalhador ágil e eficiente. O que é isso que tu tens nas mãos?
— Eu troquei minhas nove moedas que o Senhor me deu ontem por esse embrulho.
— Torne-me conhecido do motivo de tu levares esse peso.
— Quando anoiteceu e eu caminhava ligeiramente pelo caminho, um nobre senhor chamou-me e perguntou por que eu estava apressado pelo caminho. Falei a verdade para aquele nobre senhor, disse que minha esposa, a quem eu amo, estava muito doente e que precisava de um tratamento médico urgente. Ele me perguntou se esse tratamento seria um custo alto e se eu teria o necessário para iniciá-lo. Falei a verdade para aquele nobre senhor, disse que havia trabalhado e ganhado nove moedas. Ele balançou a cabeça e praguejou inconformado contra o Senhor do campo, disse que era uma crueldade fazer isso com um pobre trabalhador. Eu na mesma hora disse que não era verdade, pois o Senhor do campo era Bondoso, Fiel e Justo. Porém, suas palavras eram concisas e ordenadas me fazendo ouvi-las. Por fim, ele me disse que tinha uma solução... perdoe-me, Senhor, por tantas palavras lançadas aos seus ouvidos.
— Podes continuar, elas não me incomodam.
Para resumir o diálogo, o homem informou que aquele nobre senhor ofereceu um embrulho e lhe disse que era uma pedra de ouro, em troca das nove moedas que fora o seu salário. E o nobre senhor disse:
— Com esse embrulho você terá recursos para ajudar a sua esposa e ainda por cima ser muito rico. Entretanto, você só poderá abri-lo para ver a pedra de ouro quando chegar à sua casa, pois se você olhar pelo caminho, a luz dela trará ladrões que a roubarão, podendo até matá-lo.
Imediatamente, o homem aceitou com alegria, deu as nove moedas e pegou aquele embrulho. Na mesma hora, o homem sentiu o peso e imaginou quanto seria o seu valor. Até que se deparou com o Senhor do campo.
— Tu foste enganado pelo Ladrão Enganador. Ele rouba com palavras persuasivas e deixa muitos trabalhadores sem salário. Desembrulha esse pacote.
O homem ainda tinha as palavras do nobre senhor em sua mente para não desembrulhar, pois traria ladrões, mas quem estava pedindo era o Senhor do campo. Quando ele desembrulhou, viu que era uma simples pedra enorme. Lágrimas e súplicas pedindo misericórdia eram vistas e ouvidas pelo Senhor do campo.
— Por que tu não falaste sobre a tua situação para mim? Não sabes que eu sou Bondoso e Misericordioso para aquele que clama a mim? Entretanto, eu já sabia da tua situação, por isso o teu pagamento foi nove moedas de ouro.
Ao ouvir aquilo, o homem clamou com mais veemência pedindo misericórdia e perdão pela sua ingenuidade e infidelidade. Agora, o homem chamava aquele nobre senhor, que outrora o chamava assim, de Ladrão Enganador.
— Dá-me essa pedra.
O homem ergueu aquela pedra com toda a sua força, enquanto o Senhor do campo, ainda em cima do cavalo, pegou-a com apenas uma mão, parecendo que era uma palha.
— Aguarda-me ali naquela sombra, come algumas frutas e bebe um pouco de água daquele riacho.
Passado algum tempo, o Senhor do campo chegou e o chamou.
— Pegue as tuas nove moedas de ouro e transforme a tua situação de angústia por paz, porque eu dou a autoridade para ti e tua esposa, vós tereis saúde, paz e amor. Vá em paz, meu filho.
Aquele homem rendeu graças e louvor pela bondade e misericórdia de seu Senhor do campo e todos os que ele encontrava pelo caminho, contava como o seu Senhor o havia lhe salvado daquela situação ansiosa que havia passado.
É interessante que Jesus pede para aliviar nossos pesos, aflições, angústias, ansiedades e quaisquer outras palavras que você tenha em mente para definir o seu pedido de socorro. Quando leio Mateus 11:28-30, observo a vontade que queima no coração do Mestre Jesus e ele declara: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (ACF)
É uma promessa tão grandiosa, porém a deixamos no canto das promessas passageiras, aquele cantinho das promessas que fizeram e não cumpriram, tais como aqueles casais que era para viverem unidos até a morte os separar, porém um dia, um dos cônjuges diz: “Não quero mais você! Se cuide!” A promessa do “juntos para sempre” se desfez e foi para o cantinho das promessas não cumpridas. Um filho que vê seus pais se separarem, pensa: “Promessas verdadeiras não existem”. E alguém que fez uma sociedade com um grande amigo e leva um golpe da pessoa que nunca pensaria que isso poderia acontecer e diz: “Eu não confio mais em ninguém. Promessa não existe”.
Mas qual é a definição de promessa? Uma das melhores que acho é a “intimação judicial” (DIC. VINE – CPAD). Há uma declaração oficial da parte de Deus que avisa as partes. A Palavra de Deus tem muitas promessas que são declaração do próprio Deus para quem quer recebê-las. Jesus diz para irmos até ele, pois ele que nos daria descanso, ou seja, no lugar da ansiedade, ele daria paz. A paz já tem a ordem divina para ir até aquele que crê na promessa de Jesus. Agora eu pergunto, por que você não entrega esse fardo a Jesus? Por que você não diz para Jesus que precisa de ajuda? Por que você não torna as petições conhecidas a Jesus? Depois é só agradecê-lo por essa promessa de paz, tranquilidade etc. Agradeça a Jesus pela sua bondade e misericórdia e diga: Senhor Jesus, obrigado pela sua misericórdia, por pegar a ansiedade e a aflição da minha alma, e ter me dado a sua paz. Obrigado, Senhor Jesus. “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?” (Salmos 116:12 – ACF) Obrigado, Senhor Jesus.
“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”.(Filipenses 4.6)